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11 outubro, 2010

Trés horas, quarenta minutos e uma folha de papel .


Desci da cama, fui a secretária e alcancei a minha caneta, peguei numa folha e olhei para ela... olhei durante muito tempo, deixando de olhar a observá-la, de observá-la a senti-la e depois de senti-la pensei nela :

Pobre, pobrezinha, eu a pensar que azar de vida era a minha, mas olha para a tua... és feita numa máquina, vens de uma árvore, puseram-te no meio de muitas outras e ainda te acrescentam umas linhas azuis e mais uns buraquinhos, alguém pega em ti e usa-te...

Depois há muitos tipos de pessoas, as que te usam e guardam, e as que te usam e deitam fora. Mas olhando bem para ti, simples folha de papel, todas as vidas são parecidas, tanto as vidas e as pessoas... pois há sempre alguém que nos usa como folha de rascunho e deita logo fora, simplesmente...nos viram as costas.

Minha folha de papel, em ti me abrigo, e tu tudo guardas !
(feito em 2009)

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